Imagine só, em uma noite de carnaval você se apaixona perdidamente por alguém que cruzou o seu caminho, assim... fortuitamente. A paixão durou o dia da mirada! Mais nada, afinal, de nenhuma desilusão vive a mulher.
Mas imagine você, que nessa reprodução caipiresca de "Sob o céu de Saigon" (do Caio, o Fernando Abreu), o irônico, malandro e estiloso Destino, invente de colocar tal "pareja" frente a frente 10 anos depois. É obvio, eles não se reconheram... Mas eu (sim, isso aconteceu comigo, só podia!) tive a ousadia de me apaixonar a primeira vista pela segunda vez pela mesma pessoa.
Nas duas vezes não fui vista! Precisou haver uma terceira, em que ele me ouviu e eu não o vi, não porque não podia, mas porque não queria.
Engraçado esse olhar aguçado! Esse ouvido treinado, capaz de deixar em segundo plano o som do micro motor e o colorido do bloco carnavalesco.
Tenho visto tanto, ouvido também. Morar no paraíso serena muitas coisas, agita a curiosidade, extremamente necessária ao pesquisador. Posso dizer que estar aqui estimula o permanecer no movimento do devir, mas não diminui em nada, a vontade de ver o sábio homem que retomou não só a minha inspiração (há tempos perdida) mas que estimula a respiração.
O momento é da calma, livre de apatias.
2 comentários:
Aaaaah, que coisa linda, hein Kin! Escreve muito! Traduz muitos sentimentos. Beijão!
Postar um comentário