terça-feira, 18 de março de 2014

águas de março

 De todos os amores que já tive, o que mais me faz falta é o último.  O último que poderia ter sido o primeiro.
 Imagine só,  em uma noite de carnaval você se apaixona perdidamente por alguém que cruzou o seu caminho, assim... fortuitamente. A paixão durou o dia da mirada! Mais nada, afinal, de nenhuma desilusão vive a mulher.
  Mas imagine você,  que nessa reprodução caipiresca de "Sob o céu de Saigon" (do Caio, o Fernando Abreu), o irônico,  malandro e estiloso Destino,  invente de colocar tal "pareja" frente a frente 10 anos depois. É obvio, eles não se reconheram... Mas eu (sim, isso aconteceu comigo, só podia!) tive a ousadia de me apaixonar a primeira vista pela segunda vez pela mesma pessoa.
 Nas duas vezes não fui vista! Precisou haver uma terceira, em que ele me ouviu e eu não o vi, não porque não podia, mas porque não queria.
  Engraçado esse olhar aguçado!  Esse ouvido treinado, capaz de deixar em segundo plano o som do micro motor e o colorido do bloco carnavalesco.
   Tenho visto tanto, ouvido também. Morar no paraíso serena muitas coisas, agita a curiosidade,  extremamente necessária ao pesquisador.  Posso dizer que estar aqui estimula o permanecer no movimento do devir, mas não diminui em nada, a vontade de ver o sábio homem que retomou não só a minha inspiração (há tempos perdida) mas que estimula a respiração.
   O momento é da calma, livre de apatias.




2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Filipe Costa disse...

Aaaaah, que coisa linda, hein Kin! Escreve muito! Traduz muitos sentimentos. Beijão!

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