Há alguns meses, um adolescente, me contou que evitava postar fotografias em uma rede social porque gostava de manter a privacidade, porque achava bonito preservar os afetos e todas essas coisinhas. Eu, que na época também participava de redes sociais, pensei, meio que ensimesmada: "Ué?! Mas então por que cargas d'água o Fulaninho está em uma rede social???" Na época, e ainda hoje, eu não me detinha muito às coisas da privacidade, sempre achei que privacidade era coisa de quem precisava dela, ou seja, quem se expunha de uma certa forma, quem, paradoxalmente, de uma certa forma, não a queria de fato.
Outro ponto: quem quer privacidade, sem de fato precisar dela (se você apesar de querer, não é la muito, digamos "referência") não é de se deixar de notar que está sendo, além de muito prepotente, ingênuo.
Quem quer e precisa de privacidade não tem blog, facebook, e-mail, celular, ou qualquer outra mídia de comunicação onde o ente é facilmente localizável.
O que eu diria pra esse adolescente (claro que eu não diria isso pessoalmente, poderia ferir seus ímpetos idealistas da juventude)?! Bem, eu diria, se fosse possível, que eu não quero me privar (ainda que eu não esteja mais em redes sociais), não quero me privar dos meus amigos, da minha família, de entrar numa casa e ouvir uma história de esperança e viagens ao ver uma "mão de Fátima" pendurada numa parede, de me sentir querida e de querer bem. Mas do meu ego... bem... desse eu vou me privando aos poucos, até que um momento... voilá... ele se funda com tudo aquilo que amo.
Onde entra a modernidade nesta história toda? Pra bom entendedor...
Um comentário:
saudades de te ler! :)))
beijinho de portugal. Se quisesses privacidade e não escrevesses este post provavelmente não entrava em contacto contigo agora! Eu sou pela privacidade, mas só até um certo ponto :) há coisas que devem ser partilhadas
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