domingo, 26 de julho de 2009

Voltando às Origens

Ontem, São Paulo voltou-me ao que era antes. É estranho escrever sobre esta cidade, que me era banal e comum, sem maiores atrativos até eu mudar para o interior. Lá, ela se tornou, num primeiro momento risível. Os meus coleguinhas da nova sala me viam quase como um E.T., vindo de um planeta glamuroso e exuberante cheio de coisas fantásticas as quais lhes pareciam deslumbrantes.
Depois me veio o repúdio, quanto mais se encantavam, mais eu a achava horrorosa. Como boa egocêntrica sempre quis ser a única, o diferencial, a original, notória se não por admiração, por repúdio, tanto fazia, era a velha síndrome do palco imaginário. E ser paulistana, mais uma entre milhões de nascidos no esgoto ou na máquina econômica do país (na realidade tanto faz a honradez dos termos) apenas me escondia. Algo só é notado na multidão se for raro, então eu pensava: "Mamãe não poderia ter me parido naquela cidadezinha pra onde foi viajar com meu pai um pouco antes de eu nascer de fato?". Enfim, pouco importa, agora minha cidade natal voltou ao normal, não me é mais tão feia assim e ainda consigo nutrir algum carinho familiar por ela.
Ainda consigo gostar do ventinho do metrô e do vão livre do MASP, dos casais de sábado à tarde no Trianon e de tomar um suquinho de maracujá no Charme, ou então de passear pelos parques da Vila Madalena.
Finalmente a paz e normalidade reinam em mim na minha terra natal.

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