terça-feira, 11 de março de 2008

Ahhh Maurício

Sabe Maurício, as coisas por aqui estão assim, naquele nevoeiro, que não é feito apenas de nuvem baixa. Ta assim, no meio da poluição mesmo. Não porque eu esteja vivendo numa metrópole, nããã, nada disso, aliás, esse é só um retorno ao ventre materno.
Outro dia peguei a marginal (a Pinheiros) aliás, todo dia eu a pego, só que dessa vez, bem, dessa vez eu que me auto guiava pela marginal, com as minhas próprias mãos (além dos pés, que já é de praxe).
Ai Maurício, lembro-me daí, e as ruas silenciosas, fico por aqui, e ouço as buzinas, milhares delas, uma sinfonia d’alguma trilha de um filme terror-trash de 40 e poucos. É uma sinfonia tola, pois de nada adianta, digo, o buzinaço não acelera o trânsito. Eu continuo com a nossa velha moda, nada de barulho excedente.
Percebo que estou me contaminando, depois do centésimo bom-dia (além dos desculpas e obrigadas) simpático que dei sem receber respostas, nem gestuais, que fossem, isso quando a resposta não vinha em forma de cara emburrada, desisti, hoje nem aquele meu habitual tchauzinho seguido de um sorriso ou de um “joinha” eu tenho dado.
Mas sabe Maurício, mesmo com a poluição e a falta de educação tem algo que me inspira, não sei ao certo o que é, talvez seja o excesso das coisas e a minha teima em fazer com que tudo seja mais lindo, de exaltar sempre o belo.
Ai Maurício, eu queria um jardim, nessa casa compartilhada tudo é cimentado.
Estão transformando as calçadas da Paulista numa grande pista de skate, certamente por reivindicação das “executivas” em prol de uma “pisada mais firme sobre o salto".
Não terminarei de me contaminar, quero me limpar antes que os danos sejam irreparáveis.
Você sabe, né Maurício? Eu arranco terceiro molar incluso, sobreviver a isso demanda só um pouquinho mais de força. E outra, meu carango não tem direção hidráulica, acho que isso ajuda até um pouco mais do que musculação.
Olha Maurício, se você vier para cá, quando vier traga aquele sorriso, sabe, preciso dele, de muitos deles, preciso também de alegria exuberante, daquela que não se compra por aí, nem tem disponível em garrafas translúcidas ou em comprimidos sintéticos, ah, e traz aquele PSY supimpa que você sempre põe no seu carro.
Obrigada Maurício
Mande notícias
E apareça, uma vez que seja.

(para o único Maurício que pode ser chamado de Eh Mauriciii)

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