terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Viagem à Fofolândia (com dicas de viagem)

"Na casa maluca loucura não acaba, abra o seu guarda-fruta que já vem caindo chuva de jabuticaba"

Para os que querem ir até a Fofolândia é super fácil, basta construir uma escada muito colorida e enchê-la de sonhos, depois de pronta é só subi-la que você vai dar com o nariz no Portal principal da Fofolândia.
Chegando lá (não tem porteiro, não) basta você ter um pensamento super feliz que o portão se abrirá sozinho. Daí pra frente é só você seguir o caminho que, dependendo do humor dele, poderá ser de setas azuis, tijolos amarelos ou de farelo de pão. Dizem que no dia quando o Senhor foi dar um passeio por lá ele virou um caminho de água, um verdadeiro rio de águas paradas, depois dessa visita ilustre o caminho disse que sentiu muita coceguinhas no seu leito. Quando eu fui dar um pulo por lá ele também virou água, só que dessa vez era um riozão cheio de corredeiras, e eu, como estava com um pouco de preguiça e calor, resolvi ir dentro do rio, nadando mesmo e não caminhando sobre ele, sabe como é, né? Dá trabalho andar sobre as águas!
O caminho pode te levar a qualquer canto da Fofolândia, é só você pensar o lugar onde você quer ir que as setas mudam a direção, o rio as curvas, os tijolos e os farelos vão surgindo na direção correta.
Eu, como tinha curiosidade desde que ouvi falar de tal lugar, queria ver logo a casa maluca, e lá foi o riozão correndo e despencando comigo, para baixo e para cima (sim, rios na Fofolândia também correm para cima) até que: Splash, ele me despenca numa graminha macia. Eu, toda molhada com o cabelo caído no rosto dei uma chacoalhada de repente, mal eu encostara o dedo na buzina púrpura flutuante, logo acima da cerquinha de pirilampos apagados, que já ouvi o cocoricó da campainha anunciando a minha chegada, os pirilampos se afastaram e fui até a porta, era de água, me conformei com a idéia de que não me secaria mais aquele dia, atravessei a porta e fiquei mais encharcada do que antes. Uma vez dentro da casa resolvi começar a procurar pelo ilustre dono, porém ele não estava e apenas encontrei uma menina de cabelos curtinhos escuros, sentada de pernas cruzadas com um livro na mão e uma xícara de café na outra. Ela me olhou, arregalou os olhos e disse espantada:
_ Nossa!!! Como você está molhada!!! Já vi tudo, atravessou a porta sem abri-la.
_ Como assim abrir a porta? Ela é de água!!!
_ Obviamente que sim, mas tem chaves para abrir qualquer porta, sabia não?
_ Hum...e onde estaria a tal chave?
_ Em qualquer lugar do ar
_ Ahn? Como assim?
_ A chave dessa porta aí, é de vento, é só você pegar um pouquinho de ar de qualquer lugar, colocar na mão e soprar - a menina demonstrou, pegando algo no ar, fechando a mão e soprando por dentro do cilindro formado entre seus dedos - Fuuuu! Assim, viu?
_ Ahh, entendi – achei um pouco estranho, mas muito divertido tudo aquilo – Mas como você se chama?
_ E sou Alice e você?
_ Eu sou a Kin! Esse livro aí que você está lendo, de que se trata.
_ Matemática, estou vendo contas feitas na base três, cansei da dez, da dois então, nem se fala, da doze, irghhh!
_ Hehe, tá igual a Alice no país das maravilhas.
A menina deu um sorrisinho maroto e disse:
_ A própria, muito prazer!
_ Ahn? Como assim? Alice, morena?! Magrela?! De cabelo channelzinho?!
_ Pois é, acontece que eu sou a VERDADEIRA Alice do País das Maravilhas...

(to be continued...)

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