quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Proclamação da República

Não estavam nada bem naqueles dias, não estavam nada bem! Tinham sede, mas poderiam oferecer-lhes água, purinha, do ribeirão que não aceitariam, não aceitariam!
Estavam sem fome àqueles dias, estavam sem fome!
O vazio no estômago aumentava, só aumentava, não desejavam preenchê-lo!
Tinham um ao outro e a tristeza compartilhada, só a tristeza compartilhada e pelos dias dos fins foi-se a tristeza e ficou a abulia.
A voz dela se foi, nunca mais cantou. A luz dele se apagou, nunca mais raiou.
Serenizavam-se, um ao outro, serenizavam-se.
E fingiam sorrisos, barganhavam risadas. Acordavam amorfos, dormiam exaustos.
Liam-se mutuamente, liam-se nos olhos, liam-se em suas todas palavras proferidas e nas pensadas. Salvavam-se muito precariamente, mas tentavam, ao menos.
Percorreram a Teodóro, ébrios, como havia de ser, chegaram nas clínicas, não no Hospital, na estação, e foram-se para despencarem fatigados.
Falaram em estações? No dia em que passaram pela Luz, estava nublado.
Voltando... Despencaram fatigados...
Comeram, dialogaram, descansavam seus olhos no horizonte, perdiam-se por lá, por vezes.
Não se encantavam mais, desencantavam-se.
A única coisa que sobrava por aqueles seres, naquela aura, era só o Amor e talvez alguma esperança, era só Amor o que por fim lhes sobrou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga, você salvou a vida de uma pessoa.

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