E daí foi uma propaganda de sorvetes de uma multinacional
onde a música era assim: “Welcome to the age of love... the age of love... the
age of love...”
Depois veio um perfume chamado “Carpe Diem” e um monte de
gente começou a tatuar Carpe Diem na perna, nas costas, nos braços, nos
pescoços, na bunda...
E daí retomaram uns artistas vanguardistas e começaram a
falar de uma tal de “liberdade dos corpos” de se entregar as “sensações” ao
“momento”...
E então vieram as raves, os psicoativos... era preciso estimular
as sensações, o prazer aflorado nos cinco sentidos, ao máximo...
Por fim era preciso se justificar, porque alguns
(poucos, pouquíssimo eu diria) que representavam um passado, quiçá “opressor”
estavam incomodando a Psique de pessoas com um super-ego tão bem estruturado...
e daí começaram a jogar as pedras: primeiro na religião, depois no Estado...
Bobinhos, mal sabem eles que o que a fábrica de sorvetes (e pasta de dente, e
roupas, e armas químicas... ) queria era exatamente isso! Um monte de gente alienada
pelas sensações, curtindo a individualização ao máximo. Afinal, que maravilha
seria um mundo sem religião e sem Estado, onde todos só estariam dispostos a
lutar por mais uma lambida no sorvete!
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