quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Assum Preto

Hoje, dois anos depois, que eu fui enteder porque naquela época a minha mãe me chamava de assum preto.

3 comentários:

Larissa disse...

Patricia, onde estão seus comentários?

Cau. disse...

O que é assum?

Patricia disse...

olá Kin, como estás?

a sutileza da sua mãe ao chamá-la de assum preto (essa musica triste e bela do Luiz que me faz lembrar nem sei do quê) lembrou esse poema do Eucannã Ferraz.


Calendário


Maio, de hábito, demora-se à porta,
como o vizinho, o carteiro, o cachorro.
Das três imagens, porém, nenhuma diz

do que houve, para meu susto, àquele ano.
O quinto mês pulou o muro alto do dia
como só fazem os rapazes, mas logo

pelos quartos e sala convertia o ar em águas
definitivamente femininas. Eu
tentava decifrar. Mas

deitou-se comigo e, então, já não era isso
nem seu avesso: a camisa azul despia
azuis formas que eu não sabia, recém-saídas

de si mesmas, eu diria, e não sei ter
em conta senão que eram o que eram. Partiu
do mesmo modo, em bruto, coisa sem causa.

Maio, maravilha sem entendimento,
demora-se à porta, como o vizinho,
o carteiro, o cachorro. Porém,

nenhuma das três imagens, tampouco
este poema, diz do que houve, para meu susto, àquele ano.

***

p.s: sorte boa para ti nesse fim-de-semana de enem!

Patrícia

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